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02/10/2018
Caravana de cinema celebra tradição do Filó em Antônio Prado
Caravana de cinema celebra tradição do Filó em Antônio Prado

Até meados de outubro, o caminhão-cinema do Circuito Nacional de Exibição do projeto Revelando os Brasis VI percorrerá as cinco regiões do país para lançar em sessões abertas e gratuitas dos 15 filmes dirigidos por moradores de pequenas cidades brasileiras. Iniciada em 22 de agosto, a caravana de cinema seguirá até 11 de outubro.

A tradição de reunir as famílias da comunidade para depois das orações de agradecimento partilhar os alimentos e celebrar com cantos e dança marcou a vida dos imigrantes italianos que se estabeleceram na região da Serra Gaúcha após a chegada ao Brasil.

A manifestação preservada hoje por poucas famílias de descendentes de imigrantes é a inspiração para a ficção "Filó", de Maria Odete Meotti de Bairros, moradora de Antônio Prado, no Rio Grande do Sul. O filme será lançado nesta sexta-feira (05), às 19h, na Praça Garibaldi de Antônio Prado, como parte do Circuito Nacional de Exibição Revelando os Brasis VI.

A Caravana

Adaptado para se transformar em cabine de projeção, o caminhão-cinema é equipado com uma tela de seis metros de altura, projetores, sistema de sonorização e 200 cadeiras para acomodar os espectadores. Ao longo de 51 dias, a caravana visita as seguintes cidades: Vargem Alta e Laranja da Terra (ES), Urucuia e Barroso (MG), Lençóis e São José do Jacuípe (BA), Quebrangulo (AL), São Domingos do Cariri (PB), Icapuí (CE), Bom Jesus do Tocantins (PA), Arraias (TO), Nossa Senhora do Livramento (MT), Guarujá do Sul (SC), Antônio Prado (RS) e Águas de Lindóia (SP). Também recebem a mostra os municípios de Linhares (Vila de Regência) e São Mateus, no Espírito Santo.

Oito documentários, seis ficções e um filme que mistura os dois gêneros compõem a sexta edição do Revelando os Brasis. Além da obra produzida na cidade, cada sessão inclui a exibição de uma seleção de filmes feitos em outros municípios, totalizando uma programação de uma hora e meia de duração. Com direção, roteiro e produção dos moradores selecionados, a mostra traz um conjunto de histórias sobre memórias, lendas, personagens populares e tradições das pequenas cidades, destacando temas que registram a diversidade cultural brasileira e valorizam novas expressões e novos olhares sobre o Brasil.

Filó

A tradição do Filó começou com as primeiras famílias de imigrantes italianos chegadas ao município gaúcho, fundado em 1899. Quando surgiu, o encontro de pessoas de todas as idades para a partilha do alimento e dos dons era utilizado não somente nas celebrações festivas mas também nos diferentes momentos do cotidiano dos imigrantes, como a colheita, o nascimento e até o óbito. Era uma maneira de a comunidade se ajudar coletivamente e, assim, fortalecer laços e vínculos comunitários.

"Lá no começo da imigração, os imigrantes sofreram muito. Eles vieram empobrecidos, passaram muita dificuldade. Não tinham ferramentas, roupas, e o trabalho era árduo. E esta cultura do trabalho muito árduo não permitia espaço para o lazer. O filó era uma forma de lazer, uma parada pra se restabelecer. Sempre com a religiosidade, o canto e a alimentação presentes. Uma maneira importante para lembrar os antepassados, as famílias que ficaram na Itália. A fartura do italiano chegou depois de um certo momento, quando as colônias começaram a se desenvolver", conta a diretora.

Direção, roteiro e produção: Maria Odete Meotti de Bairros

Antônio Prado/RS

Ficção: Uma família de imigrantes italianos mantém por várias gerações a tradição de receber amigos, parentes e vizinhos em sua casa para o Filó. Juntos, em torno da mesa farta, comemoram a vida e mantêm as tradições de seus antepassados.

 

Fonte: Rádio Solaris.